7 de agosto de 2020
O fluxo de caixa é uma ferramenta muito importante que auxilia na organização de suas finanças. É bastante utilizado em todo tipo de negócio, por deixar clara a movimentação do caixa. Pode parecer algo bastante complicado e destinado apenas às corporações, mas na verdade não é. O fluxo de caixa para MEI também é essencial e facilita bastante o controle financeiro.
Por apresentar um sistema de entradas e saídas mais simples, muitos microempreendedores individuais acreditam que não precisam de um fluxo de caixa organizado e atualizado, o que é um erro.
No artigo de hoje, vou te mostrar como é importante possuir essa ferramenta, o que deve conter e algumas dicas para sua melhor execução.
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É essencial ter o hábito de controlar as entradas e saídas de dinheiro do seu negócio. Segundo pesquisas do SEBRAE sobre Causa Morti das empresas, as que fracassaram e foram fechadas nos primeiros anos de vida tiveram como principal motivo alegado a falta de capital/lucro. Muitas vezes, registrar os dados financeiros pode auxiliar na movimentação do caixa evitando graves consequências, afinal, ninguém quer fechar as portas em menos de 5 anos de funcionamento, não é mesmo?
A partir do fluxo de caixa, é possível ter uma visão panorâmica de como estão as entradas e saídas de dinheiro no seu negócio, por isso fica mais fácil direcionar gastos e tomar decisões. Além disso, conhecendo a saúde financeira de seu empreendimento, você MEI pode realizar a gestão empresarial com mais eficiência e segurança. Ter contas planejadas e um bom gerenciamento de riscos, possibilita uma maior chance de sucesso.
Um erro muito comum entre os microempreendedores é achar que, como a administração é pequena, não tem problema misturar as contas pessoais com aquelas do empreendimento. Fazendo isso, não fica claro quais despesas e custos foram devidamente pagos, ou ainda, quando você tira dinheiro de uma reserva pessoal para cobrir gastos do negócio, e assim não fica nítido qual é o prejuízo e o que deve ser reposto.
Dessa forma, mesmo parecendo bastante atrativo, evite ao máximo “dar uma ajudinha” com seu dinheiro pessoal. Isso pode prejudicar bastante o controle das suas finanças e ser um risco para seu negócio.
Antes de te mostrar o que deve conter no seu fluxo e como ele funciona, vou deixar explicado a definição e a diferença entre alguns conceitos: custo, despesa e receita.
De maneira geral, o fluxo deve conter o saldo inicial somado aos recebimentos, sejam eles à prazo, à vista, empréstimos ou ainda algum outro tipo de entrada; o saldo inicial subtraído de pagamentos, sejam também à prazo, custos, despesas fixas e/ou variáveis, impostos, fornecedores, entre outros. Ainda, deve constar o saldo final, que é relativo às previsões de recebimento e a receita disponível.
É importante lembrar que deve ser estabelecido um período certo para o preenchimento do fluxo de caixa. Os dados são atualizados semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente, de acordo com o que foi pré estabelecido.
Agora que você já entendeu a diferença entre conceitos e a sua organização geral, podemos seguir com a montagem passo a passo do fluxo de caixa para MEI.
O capital social representa o valor inicial de investimento, ou seja, o dinheiro que você utiliza para a abertura do negócio. Para o MEI, não existe uma quantia máxima ou mínima, o que se difere do faturamento, que deve ser anualmente R$ 81 mil no máximo. Mesmo assim, o microempreendedor individual não possui obrigação de identificar esse valor no seu fluxo de caixa. É importante ressaltar que ele não influencia no ganho de dinheiro e nos valores de entrada do seu empreendimento. Apesar disso, ele pode ser usado para fazer investimentos e compras, mas não obrigatoriamente tem essa função.
Se você é MEI e escolhe divulgar seu capital social, ele consta no fluxo de caixa apenas no primeiro período em questão, ou seja, na abertura do negócio e não volta nos períodos seguintes. O valor do saldo operacional é diminuído do capital social, e o resultado corresponde ao saldo inicial do período seguinte.
Comece lançando tudo o que entrou no seu caixa durante o período escolhido. A soma do valor vendido em produto ou serviço, juros recebidos e ainda o valor referente à alguma outra forma de recebimento, tudo é colocado como entrada.
Depois é hora de registrar todos os recursos financeiros que saíram do caixa. Existem custos fixos (conta de luz, água, salário) e variados (estoque, insumos, etc). Para deixar mais claro, você pode agrupar as saídas como:
O saldo operacional é o valor correspondente ao total de entradas menos o total das saídas. Ele indica quanto tem disponível no caixa ou qual é o prejuízo. Além disso, representa o saldo inicial do período seguinte, que deve ser somado às entradas para o cálculo do resultado.
Mesmo podendo parecer pouca informação, considere essencial anotar entradas e saídas do seu negócio. Registre seu fluxo, planilhas no Excel são uma ótima alternativa para isso.
Além disso, é muito importante prestar atenção nas entradas e saídas à prazo. Os valores tanto de recebimento ou pagamento lançados devem corresponder ao período em questão. Deixe seu fluxo de caixa sempre em dia pois a falta de informação pode gerar grandes prejuízos, por isso é imprescindível ter organização.
Agora que você já sabe como o fluxo de caixa para MEI é essencial e mais simples do que parece, fique por dentro das obrigações para não ser descredenciado do programa. Espero que tenha gostado do conteúdo!